Moçambique continua a avançar rápido na transformação digital e um dos sinais mais fortes disso é o crescimento das carteiras móveis no país. Segundo uma matéria recente publicada pelo Universo Digital Moz, o número de usuários desses serviços já ultrapassou os 23 milhões, mostrando como o telemóvel se tornou parte essencial da vida financeira do moçambicano.
Esse crescimento não aconteceu por acaso. O telemóvel virou uma ferramenta indispensável, sobretudo em zonas onde o acesso a bancos é limitado. Hoje, operações como enviar dinheiro, pagar contas ou fazer pequenas compras acontecem com mais rapidez e menos custos, o que faz com que serviços como M-Pesa, e-Mola e mKesh sejam praticamente uma extensão do bolso.
No cotidiano, a mudança é visível. Pagar serviços deixou de ser algo que exige longas filas, vendedores informais passaram a aceitar pagamentos digitais com naturalidade, e pequenos negócios começaram a crescer porque já não dependem apenas de dinheiro físico. Em muitos bairros, até atividades comuns como comprar no mercado, pagar transporte ou receber de clientes já são feitas pelo telemóvel, sem complicações.
A expansão da rede de agentes também teve um papel importante. Há cada vez mais pontos espalhados pelo país para depósitos, levantamentos e pagamentos. Isso aproximou os serviços financeiros das comunidades e facilitou o acesso de pessoas que antes estavam totalmente fora do sistema bancário tradicional. Enquanto isso, o número de contas bancárias cresce lentamente, mas as carteiras digitais disparam, reflectindo a preferência da população por soluções mais rápidas e acessíveis.
Esse movimento abriu oportunidades para jovens empreendedores. Hoje é possível criar negócios totalmente digitais, vender serviços online, receber pagamentos de forma simples e até montar projectos que dependem exclusivamente de soluções móveis. A nova economia digital está a nascer e quem conseguir adaptar-se pode encontrar formas reais de gerar renda.
Claro que ainda existem desafios. Algumas zonas precisam de mais agentes, ainda há riscos de golpes para quem não tem muita experiência digital, e questões relacionadas a taxas e impostos continuam a ser debatidas. Mesmo assim, a evolução é evidente e o país está a caminhar para um modelo cada vez mais conectado.
Com mais de 23 milhões de pessoas a usar carteiras móveis, Moçambique está a consolidar uma nova forma de lidar com dinheiro: mais prática, mais rápida e mais próxima da realidade da população. E se a tendência atual continuar, os próximos anos devem trazer ainda mais serviços digitais, desde microcréditos até poupança e seguros feitos diretamente pelo telemóvel.